sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Crise chega à indústria catarinense e gráficas começam a fechar



Os impactos da atual crise econômica já se instalou pelas indústrias da região Norte de Santa Catarina, formada por mais de 18 importantes cidades de vocação industrial, dentre elas os municípios de Joinville, São Bento do Sul e Jaraguá do Sul. E os efeitos têm chegado também ao setor gráfico. Empresas começam a fechar na região, acuadas pela falta de clientes da própria localidade. O fato tem chamado a atenção e preocupado os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (STIG) de Joinville e Região, que precisam redobrar as ações em busca da garantia da manutenção dos direitos trabalhistas.
“A conjuntura é bem séria e precisamos ficar ainda mais atento para defender os trabalhadores neste tempos difíceis”, conta José Acácio, presidente do STIG Joinville e da Federação Estado do setor (FETIGESC). Um dos exemplos foi o encerramento de atividades da Etima Etiquetas, de Jaraguá do Sul, empresa com mais de 24 anos de atividades no ramo gráfico. No último ano a empresa já vinha enxugando o seu quadro de trabalhadores, que era de 72 pessoas, no sentido de aliviar a folha de pagamento. Atualmente eram 30 funcionários, que infelizmente foram demitidos sumariamente, sem, nem ao menos, receber qualquer valor referente a férias, saldo de salário, 13.º, FGTS acrescidos de multa, etc.
O STIG Joinville, através de seu Jurídico, com o intuito de amparar e resguardar os direitos dos funcionários, homologou as rescisões, para que os mesmos pudessem efetuar o saque do FGTS depositado e habilitar-se no Seguro Desemprego. “Não obstante, imediatamente ingressou com uma Ação Cautelar de Indisponibilidade de Bens perante a Justiça do Trabalho, com o intuito de que a empresa não se desfizesse do patrimônio sem antes quitar com os haveres de seus funcionários”, revela Acácio. O procedimento foi assegurado através de liminar deferida pelo Juiz, trazendo uma maior segurança de que os funcionários terão seus direitos trabalhistas contemplados.
Outro caso concreto dos efeitos negativos da crise econômica sobre o setor na região de Joinville está acontecendo numa grande empresa de referência há muitos anos no ramo gráfico, e que pelo terceiro mês seguido, não consegue ficar em dia com a folha salarial dos seus funcionários. Acácio revela que a empresa já chegou ao ponto crítico de propor aos funcionários, em uma reunião, que doravante, caso a situação não dê um sinal de melhoria, fará um “sorteio”, para pagar metade dos seus funcionários, o que convenhamos, é considerado discriminação e totalmente inconstitucional. “O proprietário entende que a inadimplência muito alta, preço da matéria prima com preços absurdos, a concorrência desleal, a inflação que não para de crescer, são tidos como desajustes fatais que estão levando a sua empresa a agir desta forma”, conta o dirigente do STIG Joinville.
Acácio, que, infelizmente, observa as demissões ocorrendo em um ritmo cada vez mais frequentes na região, apela para que os governantes precisam agir de uma forma rápida, no sentido de mudar o quadro que aí está, caso contrário, muitas empresas, não somente do setor gráfico, estarão selando o seu destino, juntando-se ao grande número de falências já consumadas.

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